Corporação não teve o equipamento adequado para mergulho em área contaminada e repete situação já revelada em fevereiro deste ano.

Um adolescente de 14 anos desapareceu na tarde de ontem, quinta-feira (17), após se afogar na Lagoa da Timbalada, no bairro do Cabula, em Salvador. Desde então, familiares e moradores da região denunciam falhas no atendimento por parte do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), que estaria impossibilitado de realizar buscas submersas por falta de equipamentos adequados para operar em locais com poluentes.

Segundo informações recebidas pela nossa reportagem, os bombeiros que atuam na operação não estariam realizando mergulhos, limitando-se ao monitoramento superficial da área enquanto aguardam que o corpo venha à tona. Uma das causas apontadas seria a ausência de trajes apropriados para mergulho em ambientes contaminados, como a chamada “roupa seca”, essencial para proteger os mergulhadores de contato direto com esgoto, lama e lixo acumulado na lagoa.

“Mesmo quando há mergulhadores disponíveis, falta estrutura básica para garantir a segurança deles. Isso é grave. Desde ontem, só há monitoramento. Ninguém mergulhou de fato para procurar o menino”, afirmou uma fonte.

A assessoria do Corpo de Bombeiros informou, em nota, que as buscas foram iniciadas ainda na quinta-feira com o apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e que os trabalhos foram retomados nesta sexta (18), com doze bombeiros do 13º BBM/Bmar, entre militares náuticos e do núcleo de mergulho, aguardando a chegada de um equipamento específico que estava sendo utilizado fora da capital.

No entanto, as próprias imagens enviadas pela corporação mostram os militares sem os trajes necessários para operação subaquática em áreas poluídas, reforçando a denúncia de que os mergulhos não estariam sendo realizados.

O caso traz à tona uma situação que já havia sido revelada em fevereiro deste ano, quando o Jornal A Tarde publicou que o comando do Batalhão Marítimo dos Bombeiros havia reconhecido publicamente a ausência de roupas secas no estoque da corporação. Na época, o major André Matos, subcomandante do batalhão, afirmou que a segurança dos militares precisava ser garantida, e que só seria possível iniciar mergulhos com o equipamento adequado, o que, até o momento, não foi providenciado.

Enquanto isso, familiares do adolescente vivem momentos de angústia, cobrando respostas e ação efetiva do poder público. A comunidade local também se mobiliza, exigindo estrutura mínima para que os bombeiros possam realizar seu trabalho com segurança e eficácia, sobretudo em situações de alto risco como essa.

A reportagem seguirá acompanhando o caso e buscando novas atualizações junto ao Corpo de Bombeiros e aos familiares da vítima.

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