Em meio às articulações e especulações sobre as eleições de 2026 na Bahia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), decidiu colocar um ponto final nas notícias que o apontavam como possível candidato ao governo do estado. Em entrevista ao Acorda Cidade, parceira do Bahia Notícias, nesta terça-feira (20), o ex-governador foi categórico: “Não tem o menor cabimento”.

Os boatos giravam em torno da chamada “chapa puro-sangue” do PT, que estaria sendo montada para disputar o pleito: Jerônimo Rodrigues candidato à reeleição ao governo; Jaques Wagner e o próprio Rui Costa como candidatos ao Senado. A expressão foi ironizada pelo senador baiano Otto Alencar (PSD), que declarou recentemente: “A chapa puro-sangue às vezes cansa”.

Rui, por sua vez, reforçou que a política é um projeto coletivo:

“Eu poderia ser candidato em 2022, muitos pediram e eu disse não. Acima da minha vaidade está o projeto coletivo e meu objetivo maior é ajudar, naquele momento, a eleição de Lula para presidência, a eleição do meu sucessor Jerônimo para governador da Bahia. Meu desejo fica em segundo lugar, é assim que penso. Política é um esporte coletivo e toda vez que um time joga pensando no grupo, na população, ele ganha”.

O ministro também garantiu que segue em diálogo com Otto Alencar e outros aliados para construir uma aliança sólida em torno da reeleição de Jerônimo Rodrigues.

“Ainda vamos conversar bastante, temos duas vagas. Não tenho dúvida que vamos fazer uma composição com partidos para manter uma eleição competitiva e trabalhar para a reeleição de Jerônimo”, declarou.

“Calúnia” e crítica ao jornalismo baiano

Sem meias palavras, Rui Costa aproveitou a entrevista para desmentir uma informação publicada por um colunista, que sugeriu que ele poderia abdicar de uma candidatura ao Senado para tentar, novamente, o governo da Bahia.

“Quem sabe se vou colocar meu nome à disposição sou eu. Como alguém pode publicar o que farei da minha vida política sem me ouvir? Meu nome está colocado para candidato a senador do estado da Bahia. Qualquer outra informação que sair não corresponde a minha vontade, pode corresponder à vontade do jornalista em fazer intriga e difundir mentiras para a população”.

Em tom de desabafo, o ex-governador criticou duramente a forma como parte do jornalismo tem sido praticada, especialmente em Brasília. Para ele, falta apuração séria e ética:

“Tenho saudade do jornalismo da Bahia. Nunca vi pegar o rádio e falar alguma coisa sem checar a informação. Quando você quer a informação, você pega o telefone e liga para a pessoa, checa se aquilo é verdade ou não. Aqui em Brasília, muita gente passou a fazer jornalismo sem ouvir as pessoas, sem mandar uma mensagem e perguntar se é verdade ou é mentira. As pessoas fazem isso no cotidiano e no outro dia, após publicar, pergunta se a pessoa quer responder. Isso não é jornalismo. Fico indignado com isso e tem acontecido com muita frequência”.

Rui finalizou com um recado direto:

“Esse jornalista nunca me ligou para perguntar nada, por isso não tem o menor cabimento e não é ao leitor que ele está prestando serviço. Isso pode ser qualquer coisa, menos jornalismo”.

O que está em jogo?

A declaração de Rui Costa joga luz sobre o cenário político baiano para 2026, reforçando a intenção do PT de manter a hegemonia no estado e afastando, por ora, qualquer possibilidade de mudança de planos quanto à sua própria candidatura.

Mas o episódio também expõe as fragilidades do jornalismo político contemporâneo e a crescente tensão entre políticos e imprensa, especialmente quando interesses eleitorais estão em jogo.

O Pressão24h segue atento aos bastidores da política baiana, pronto para expor os fatos, pressionar os poderosos e garantir ao leitor informação com credibilidade e sem rodeios.

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