Por João Victor | Pressão24h
Enquanto o torcedor vende almoço pra comprar ingresso, o jogador que recebe mais de R$ 130 mil por mês se vende por R$ 70 mil num esquema sujo de apostas. Foi isso que Nino Paraíba, ex-lateral do Ceará, revelou ao confessar participação no escândalo de manipulação de resultados. Durante três partidas do Brasileirão, o atleta teria forçado cartões amarelos em troca de dinheiro.
Em depoimento público, Nino disse que “foi um erro, um momento de fraqueza” e que o valor “não mudaria sua vida”. Pois é, não mudou a vida dele, mas poderia ter destruído a do clube e machucou, mais uma vez, a do torcedor.
💥 O futebol como mercadoria na mão de quem não sente a camisa
Enquanto milhares de torcedores acordam cedo, pegam ônibus lotado, trabalham 10 horas por dia e ainda arranjam forças e dinheiro para apoiar o clube, tem jogador achando pouco o que recebe e decidindo vender dignidade no mercado negro da manipulação.
Nino, como tantos outros, ganhou salário de craque. Mas faltou caráter. Preferiu brincar com o escudo que carregava no peito e com o suor do torcedor que paga o salário dele.
🧨 Risco real para os clubes
Essas “ações pontuais” em apostas esportivas, como alegou o jogador, não são brincadeira de mau gosto. São crimes que comprometem o resultado de jogos, afetam o futuro de clubes, e põem em risco campanhas inteiras de acesso, rebaixamento e premiação.
Um cartão amarelo forçado pode eliminar um time. Um pênalti inventado pode enterrar o ano de uma equipe inteira e todo o esforço do torcedor que compra camisa pirata por falta de dinheiro, mas nunca abandona o clube.
😡 Arrependimento não apaga a traição

Depois de 720 dias suspenso e R$ 100 mil de multa, Nino Paraíba quer voltar aos gramados. “Me arrependo”, disse ele. Mas e o torcedor, Nino? Como é que fica a confiança do povo que grita seu nome no estádio e depois descobre que você estava vendendo o jogo pelas costas?
Enquanto isso, o povo continua carregando o futebol nas costas e sendo traído pelos que deveriam honrá-lo.