FOTO: MP-BA
Em meio à folia e à distração do Carnaval, enquanto milhares de baianos e turistas lotavam as ruas de Salvador, um movimento silencioso, mas altamente estratégico, ocorria dentro do sistema penitenciário: quatro líderes de facções criminosas foram transferidos da Penitenciária Lemos Brito para o Conjunto Penal de Serrinha, uma unidade de segurança máxima no interior do estado.

A pergunta que não quer calar: por que essa ação foi realizada justamente no período de Carnaval, quando toda a atenção está voltada para os trios elétricos e blocos? Por que a Secretaria de Administração Penitenciária escolheu esse momento para remover criminosos de alta periculosidade, quando a cidade está com efetivo policial focado na segurança dos circuitos da festa?

UMA OPERAÇÃO SILENCIOSA E CHEIA DE INTERROGAÇÕES

Segundo informações divulgadas pela própria Seap, os detentos transferidos eram líderes de organizações criminosas com atuação não só em Salvador, mas também em diversas cidades do interior da Bahia, incluindo Santo Antônio de Jesus e a Chapada Diamantina. São criminosos envolvidos em extorsões e crimes violentos, que comandavam seus esquemas de dentro da cadeia.

A operação foi autorizada pelo Poder Judiciário e executada pelo Grupamento Especializado em Operações Penitenciárias (Geop). Mas, novamente, fica o questionamento: o que motivou essa decisão neste momento?

COINCIDÊNCIA OU ESTRATÉGIA POLÍTICA?

Não é novidade que a Bahia enfrenta uma escalada da violência e um crescimento assustador do poder das facções criminosas nos últimos anos. O governo do estado, alinhado ao campo da esquerda, tem sido duramente criticado pela falta de controle sobre a segurança pública. Salvador e outras grandes cidades baianas figuram frequentemente entre as mais violentas do país, e a sensação de insegurança só aumenta.

O governo estadual quer nos fazer acreditar que essa transferência repentina, em pleno Carnaval, foi uma simples medida de segurança. Mas será que não estamos diante de mais uma jogada política para tentar demonstrar força e controle sobre um problema que, na prática, só cresce? Será que essa ação não poderia ter sido feita antes, em um momento de menor exposição e maior eficiência operacional?

Ou pior: será que essa mudança não foi planejada de forma proposital para passar despercebida, enquanto o povo estava distraído com a festa?

O QUE VEM A SEGUIR?

Agora que esses criminosos foram realocados para Serrinha, resta saber se essa será uma medida realmente eficaz ou apenas um paliativo. Afinal, transferir líderes de facções de um presídio para outro não significa desmantelar o crime organizado, mas apenas redistribuí-lo.

O povo baiano merece respostas. Quem autorizou essa operação? Por que o Carnaval foi escolhido como o momento ideal para essa transferência? E, principalmente, qual será o próximo passo do governo diante da escalada do crime organizado

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