Guardiões da rica tradição do Carnaval da Bahia, equipamentos culturais de Salvador proporcionam uma viagem imersiva na maior festa de rua do mundo. A TARDE visitou a Casa do Carnaval da Bahia, a Cidade da Música da Bahia e a Casa das Histórias de Salvador para mostrar um pouco do que esses espaços têm para contar sobre a festa de Momo. Há exposições que contam a origem de tudo – dos bailes em clubes de elite ao Carnaval como conhecemos hoje – e curiosidades sobre os artistas, fantasias, tradições, músicas e ritmos.
“É gratificante poder estar em um espaço como esse, que valoriza a cultura de Salvador e da Bahia. Que valoriza uma festa tão importante e tão grande. Aqui a gente conta a história dos muitos carnavais que temos na Bahia, não só o de Salvador. Recebemos pessoas do mundo todo que querem saber mais sobre esse patrimônio que é o Carnaval”, conta a historiadora e supervisora da Casa do Carnaval da Bahia, Jéssica Soares. O equipamento, localizado no Pelourinho, tem curadoria de Gringo Cardia e conta a história através da tecnologia, enquanto dá destaques a diferentes peças da festa.
Tour inesquecível
A primeira sala é focada na origem do Carnaval, e possui uma série de telas onde diferentes vídeos contam a história da festa, enquanto dezenas de bonecos da autoria da artista Cibele Sales mostram os seus inúmeros personagens – do Rei Momo ao catador de latinha. O ambiente seguinte é focado no Carnaval contemporâneo, mostrando a ampliação dos trios elétricos, a popularização da festa e instrumentos doados – a coleção possui, inclusive, tambores pintados pelo artista plástico Ray Vianna especialmente para a casa.
Em exposição, inúmeras roupas doadas por artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Carlinhos Brown, por exemplo. Na visita, os mediadores costumam perguntar aos visitantes se eles conseguem reconhecer os donos das peças: umas são fáceis, mas outras acabam surpreendendo bastante. A Casa do Carnaval conta ainda com uma biblioteca bastante diversa e um restaurante com uma linda vista no terraço, com todos os espaços sendo muito imersivos e interativos, em especial a sala onde os visitantes aprendem coreografias icônicas da folia, vestem adereços e tocam instrumentos.
Cidade da Música une tecnologia e música
Por falar em interatividade, você conhece a Cidade da Música da Bahia? Com tecnologia, arte e surpresas de ponta a ponta, o equipamento tem exposições, documentários, estúdios de gravação, midiateca, workshops, salas imersivas e muito mais. “Aqui o visitante encontra um acervo com mais de 750 horas de conteúdo que fala sobre o desenvolvimento da história da Bahia e a sua ligação com a música, com muitos bairros de Salvador tendo a musicalidade como uma de suas referências, a exemplo do Garcia e o samba. Isso é história e está registrado”, explica o supervisor da Cidade da Música, Tárcis Rocha.
O primeiro andar da Cidade da Música da Bahia apresenta os bairros e a ligação de cada um deles com a música. No segundo andar, o foco são gêneros, movimentos e artistas importantes – os mais velhos e os mais novos, do axé ao rock. Já no terceiro andar, fica a parte mais interativa, onde os visitantes deixam de apenas assistir e fazem o próprio show. As atividades são inúmeras: estúdio de gravação para o visitante fazer o próprio clipe musical – e receber esse vídeo por e-mail, cabine de Rap/Trap onde videoclipes são transmitidos, estúdio de mixagem para pôr a mão na massa e até workshop de percussão, em que os visitantes conhecem um pouco a história de cada instrumento.
Como se tudo isso já não bastasse, há ainda as vivências de cada mediador. “Eles possuem formações e práticas diversas que contribuem bastante para a experiência dos visitantes. Muitos são artistas, outros estudam história e temos até dois MCs na Casa, que promovem batalhas de rap e trap toda quarta-feira, dia que está com a entrada gratuita inclusive, e os visitantes curtem e vibram muito, lotando a arquibancada do terceiro andar. É muito bom, muito interessante”, relata o supervisor Tárcis Rocha, que é ator e modelo, além de trabalhar com capoeira.